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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O MESTRE , O PROFESSOR E O MAGISTRADO

UM MAGISTRADO, DIZEM, PENSA QUE É DEUS. UM DESEMBARGADOR,DIZEM, TEM CERTEZA QUE É.




Quando me matriculei em processo civil II, tomei conhecimento que meu professor seria uma figura rigorosa, magistrado federal de carreira e ex juiz de Direito. Salomão Vianna seria o professor. Pensei comigo que não iria me dar bem com o magistrado, pelo meu histórico combativo e irreverente. Logo na primeira aula, informei-lhe que era formado, cursava outra faculdade e portador de doença coronariana grave, usuário de rivotril, morando longe, em Lauro de Freitas. Ele, me respondeu que era médico e se acaso não fosse possível não cursasse a disciplina. Bem, percebi que ali em direito na Ufba, os recursos eram passíveis de ousar cursar a disciplina,pois tinha elevador funcionando e não precisava subir escadas.
As duras penas, com o limite quase estourado de faltas, se perdesse mais uma única aula, seria reprovado por falta, fui acompanhando as aulas.
Notei que não estava ali o magistrado,e sim o mestre; via uma
pessoa simples, vestido de calça jeans , camisa e tênis; vi um professor se esforçando, gritando, esvaindo-se em didática para ensinar e extrair dos alunos aprendizado. Algo que parecia teatral, se não fosse a sinceridade de seus gestos e atos, aguçado nas palavras e por vezes a parada obrigatória sentado à mesa para na condição de magistrado orientar os alunos a como fazer ou não fazer; e contar acontecimentos dos quais tinha vivenciado pessoalmente. Salomão Vianna, é pois, um desses professores de gosto acintoso pelo conhecimento, que para fazer  você aprender só faltava abrir a cabeça do aluno e plantar-lhe os conhecimentos que se dedicava a passar. Na dialética proposital incursionava sobre suas teses e demonstrava como estava certo e comprovava que como Magistrado aquela seria a sua forma de sentir, afinal é isso que é uma sentença; o sentir de um julgador.
Me dava a oportunidade de alguns debates, respondendo as minhas perguntas e dos demais e como se desejasse retorcer o aluno, apresentava em aula seus questionamentos, seguidos dos exemplos para que fosse objeto de reflexão.
No início, pensava que tratava-se  de uma pessoa presunçosa, dono da verdade. Porém nem de longe se tratava daquela imagem ícone que se tem de um magistrado arrogante (coisa que obviamente nem todos são) Salomão Vianna é médico, juiz federal, professor e mestre...com tanta humildade e simplicidade, o que mais desejava era transmitir conhecimento em sua sala de aula. Achava, eu, que iria ter muitos transtornos e dissabores com um possível arrogante. Tanto conhecimento e dedicação, era esbanjado com maestria para ministrar conhecimento e não vaidade e arrogância. Talvez, no meio de 08 faculdades cursadas, uma pós graduação, tenha sido o primeiro professor na área do Direito que em sendo magistrado, é dotado de uma humildade, que me levou a reflexão e inclusive a magna aula de humildade a qual com certeza, eu aprendi e me daria uma nota 9.
Ao mestre Salomão Vianna, fica meus registros e minhas considerações; ao professor um grande abraço amigo e ao magistrado a certeza do senso de justiça inerente aquele homem que vociferava de um lado paro o outro na sala de aula, com o intuito que o aluno aprendesse. Como o mesmo disse em sala de aula:"O advogado que não é capaz de defender seus próprios interesses, não será capaz de defender os interesses dos seus clientes".

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