.

.

Total de visualizações de página

Você é a favor da pena de morte?
Sim
Não

Pessoas Online


Arquivos

TV NBR AO VIVO



sábado, 10 de janeiro de 2015

NETINHO: O PREFEITO DA MALDADE - É GENÉTICO

QUASE COMO UM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO, ÔNIBUS EM SALVADOR TORTURAM E HUMILHAM IDOSOS QUE DEVERIAM TER SEUS LUGARES PRESERVADOS OU INGRESSAREM GRATUITAMENTE POR TRÁS.


*Iamara Santana
(Facebook)

Hoje tive o desprazer de conhecer os novos ônibus que farão o transporte coletivo em Salvador. A entrada agora acontece pela porta dianteira e a saída pela porta do fundo. Começava a chover quando me aproximei do ônibus.  Uma aglomeração formava-se antes da catraca e eu, ainda do lado de fora,  aguardava ansiosa a minha vez de entrar. Consegui subir e o motorista fechou a porta atrás de mim, mas aquela aglomeração não se desfazia, enquanto eu continuava parada no primeiro degrau. Neste momento a minha ingenuidade levou um soco na boca. Todos a minha frente eram idosos e eles não sairiam de onde estavam porque caso cruzassem a catraca a passagem lhes seria cobrada. Boquiaberta perguntei ao motorista se eles não deveriam entrar pela porta do fundo, ao que o motorista respondeu negativamente sacudindo a cabeça, nitidamente envergonhado. Ainda incrédula,  questionei ao cobrador a respeito, ao que ele me respondeu: "Ordens da prefeitura. Este é o prefeito que vocês elegeram". Felizmente pude encher a boca para dizer que o meu voto o prefeito não tivera. Finalmente, entrei no ônibus, após pagar minha passagem, e notei que muitas cadeiras estavam vazias, deixando-me ainda mais perplexa. O transporte público municipal sempre foi extrememamente deficiente, caro e precário. Entretanto, o que vemos agora é uma atidude desumana, mesquinha e ilegal perpetrada pelo poder público. Os idosos (maiores de sessenta e cinco) têm garantida contitucionalmente a gratuidade nos transportes coletivos urbanos (art. 230, parágrafo 2° da Constituição Federal). Que ninguém queria alegar que lhes disponibilizar três cadeiras (salvo engano) e encurralá-los em pé atrás das catracas realiza tal garantia constitucional ou estaria subestimando a inteligência de todos nós. Nas linhas que eu utilizo regularmente no centro de Salvador as cadeiras reservadas aos idosos (em número muito maior) raramente eram suficiente para atender a demanda e era comum outros passageiros levantarem para que um idoso sentasse, o que me dava muito prazer, aliás. Hoje eu fiquei sentada em um ônibus vazio,  assistindo o deprimente espetáculo que a foto abaixo pretende retratar. Na cadeira atrás de mim, um senhor especulava dizendo que a culpa não era da prefeitura, mas da empresa (a concessionária a quem foi delegada a prestação do serviço). Ouso discordar. Obviamente interessa à concessionária afungentar os idosos, enchendo os ônibus de passageiros que pagam a caríssima passagem cobrada. Todavia não importa aqui de quem partiu a ordem cruel que obrigará os idosos a viajarem espremidos entre a catraca, a porta do ônibus e a cadeira do motorista. A titularidade do serviço de tranporte público municipal é do município, logo, em bom português, a responsabilidade é da Prefeitura Municipal de Salvador.  Ademais não elegemos como nosso legítimo representante o dono de empresa nenhuma, elegemos vereadores e um prefeito municipal, logo são eles que nos devem prestar contas pelo que fazem, deixam de fazer e admitem que façam. Gosto de acreditar que vivemos em uma democracia, onde nos é dado o direito de nos levantarmos contra arbitrariedades e ilegalidades. Não devemos ficar calados enquanto o poder econômico viola direitos constitucionalmente assegurados. Talvez eu seja uma idealista inofensiva, mas espero que todos (usuários e não usuários) manifestem repúdio à tal política no transporte público. Vamos ocupar as redes sociais, as ruas, as praças ou a prefeitura, se necessário. Mas que não fiquemos calados. Se você não gritar enquanto agridem o seu vizinho, dificilmente conseguirá gritar enquanto pisam na sua cabeça.Hoje tive o desprazer de conhecer os novos ônibus que farão o transporte coletivo em Salvador. A entrada agora acontece pela porta dianteira e a saída pela porta do fundo. Começava a chover quando me aproximei do ônibus. Uma aglomeração formava-se antes da catraca e eu, ainda do lado de fora, aguardava ansiosa a minha vez de entrar. Consegui subir e o motorista fechou a porta atrás de mim, mas aquela aglomeração não se desfazia, enquanto eu continuava parada no primeiro degrau. Neste momento a minha ingenuidade levou um soco na boca. Todos a minha frente eram idosos e eles não sairiam de onde estavam porque caso cruzassem a catraca a passagem lhes seria cobrada. Boquiaberta perguntei ao motorista se eles não deveriam entrar pela porta do fundo, ao que o motorista respondeu negativamente sacudindo a cabeça, nitidamente envergonhado. Ainda incrédula, questionei ao cobrador a respeito, ao que ele me respondeu: "Ordens da prefeitura. Este é o prefeito que vocês elegeram". Felizmente pude encher a boca para dizer que o meu voto o prefeito não tivera. Finalmente, entrei no ônibus, após pagar minha passagem, e notei que muitas cadeiras estavam vazias, deixando-me ainda mais perplexa. O transporte público municipal sempre foi extrememamente deficiente, caro e precário. Entretanto, o que vemos agora é uma atidude desumana, mesquinha e ilegal perpetrada pelo poder público. Os idosos (maiores de sessenta e cinco) têm garantida contitucionalmente a gratuidade nos transportes coletivos urbanos (art. 230, parágrafo 2° da Constituição Federal). Que ninguém queria alegar que lhes disponibilizar três cadeiras (salvo engano) e encurralá-los em pé atrás das catracas realiza tal garantia constitucional ou estaria subestimando a inteligência de todos nós. Nas linhas que eu utilizo regularmente no centro de Salvador as cadeiras reservadas aos idosos (em número muito maior) raramente eram suficiente para atender a demanda e era comum outros passageiros levantarem para que um idoso sentasse, o que me dava muito prazer, aliás. Hoje eu fiquei sentada em um ônibus vazio, assistindo o deprimente espetáculo que a foto abaixo pretende retratar. Na cadeira atrás de mim, um senhor especulava dizendo que a culpa não era da prefeitura, mas da empresa (a concessionária a quem foi delegada a prestação do serviço). Ouso discordar. Obviamente interessa à concessionária afungentar os idosos, enchendo os ônibus de passageiros que pagam a caríssima passagem cobrada. Todavia não importa aqui de quem partiu a ordem cruel que obrigará os idosos a viajarem espremidos entre a catraca, a porta do ônibus e a cadeira do motorista. A titularidade do serviço de tranporte público municipal é do município, logo, em bom português, a responsabilidade é da Prefeitura Municipal de Salvador. Ademais não elegemos como nosso legítimo representante o dono de empresa nenhuma, elegemos vereadores e um prefeito municipal, logo são eles que nos devem prestar contas pelo que fazem, deixam de fazer e admitem que façam. Gosto de acreditar que vivemos em uma democracia, onde nos é dado o direito de nos levantarmos contra arbitrariedades e ilegalidades. Não devemos ficar calados enquanto o poder econômico viola direitos constitucionalmente assegurados. Talvez eu seja uma idealista inofensiva, mas espero que todos (usuários e não usuários) manifestem repúdio à tal política no transporte público. Vamos ocupar as redes sociais, as ruas, as praças ou a prefeitura, se necessário. Mas que não fiquemos calados. Se você não gritar enquanto agridem o seu vizinho, dificilmente conseguirá gritar enquanto pisam na sua cabeça.

0 comentários